Acho que foi segunda feira que vi meu nome sendo citado no Facebook em uma frase mais ou menos assim: “é uma sacanagem o que você está fazendo com o Henrique Lobo Weissmann (…)”. Cliquei no link para ver do que se tratava e isto deu início a uma experiência deprimente.
Um post em um grupo bastante conhecido de desenvolvedores web no Facebook em que um sujeito postava um link para o site mega.com. Acessando o site estavam presentes diversos livros (incluindo o meu). Primeiro li os comentários, diversas pessoas agradecendo o sujeito pelo seu feito (frases como “CARA, EU TE AMO!”) e o sujeito respondendo a quem o criticava ironicamente dizendo que “só queria ajudar :)”. Até aí nada de surpreendente: tolos e suas tolices.
O surpreendente (ao menos pra mim) veio na sequência quando resolvi baixar o meu próprio livro daquela lista. No rodapé de cada página é impresso o nome de quem o comprou. Não estava lá. Na mesma lista vi outros livros que possuo cópia legal. A mesma coisa. Da trabalho fazer isto: alguém gastou seu tempo removendo as marcas d’água daqueles documentos para em seguida disponibilizá-los na Internet. Trabalho de programador: colega de profissão ferrando colega de profissão. E provavelmente o tempo que o sujeito gastou fazendo isto saiu mais caro que o preço do livro: o meu custa R$ 29,00. Chamo isto de vandalismo.
Este fato sozinho já é suficientemente deprimente. O que veio depois é ainda pior: resolvi postar no mesmo grupo um texto mais ou menos assim: “Seguinte pessoal, vi aqui meu livro, junto com outros, ser pirateado. Sei que é algo que parece normal para muitos de vocês, mas aqui está minha opinião sobre o assunto. Leiam este texto que escrevi (link)”. De início vieram as pessoas se solidarizar e tal (o que se espera). Logo em seguida veio uma série de argumentos pró-pirataria. Não satisfeitos, alguns inclusive vieram com ataques a mim por Facebook, etc.
Até aquele momento pra mim parecia óbvio que piratear livro digital é errado (e pela nossa constituição é inclusive crime). Hoje vejo que não é. Sendo assim, neste post vou responder a uma série de argumentos que li.
Por que vou fazer isto
Eu poderia simplesmente me calar (como a maior parte das pessoas), mas acredito que no caso acima, mais que um crime, é uma questão de respeito. Assim como o Fernando Vieria muito bem disse em seu blog, quando pirateiam um trabalho meu, não é “apenas um livro”: aquele trabalho sou eu.
Se é estipulado o modo como o acesso aquele trabalho é feito (por pior que pareça), e este é transgredido, estão invadindo meu espaço sem autorização, ou seja, estão me desrespeitando. E mais ainda e acima de tudo: como já disse antes, isto apenas ferra o nosso país e nossa profissão.
E o papo de que “não adianta fazer nada” é falso. Sim, eu posso: se falo a respeito, ajudo a mudar esta cultura. E ei: um dos tolos que me pirateou (espalhando para outros grupos) talvez tenha sido até mesmo honesto ao me mandar esta mensagem:
Minha linha argumentativa
Vou usar o princípio da Navalha de Occam. Resumindo, é o seguinte: se começou a enrolar ou dar voltas demais é por que tá errado de alguma maneira. Se consegue ser descrito de forma sucinta é por que a probabilidade de estar correto é enorme.
Se foi estipulada uma forma de se obter meu trabalho, esta se encontra de acordo com a lei vigente em meu país (Brasil), não causa dano a ninguém e esta foi burlada de alguma forma, então a lei foi quebrada e o desrespeito afirmado à minha pessoa e a dos envolvidos na produção daquele trabalho.
O argumento da hipocrisia
“Quem é o autor para nos dizer que não podemos pirateá-lo? Afinal de contas, aposto que ele também já pirateou alguma coisa na vida!”
Contra argumentação
Um erro não justifica outro e um alheio não justifica os meus.
Consequências do argumento da hipocrisia
O objeto está a venda, se você o obtém por meios ilícitos, sim: está cometendo um crime. Levando este argumento ao extremo, um ladrão jamais poderia dizer que roubar é errado. Pior ainda: todos os crimes passam a ser válidos, uma vez que sempre há alguém que os comete e consegue sair impune. Segundo este argumento eu também posso roubar por que tenho direito à minha parcela de impunidade. Não faz sentido.
O argumento dos melhores modelos de comercialização ou obtenção de ganhos
“Você poderia alugar ou dar de graça ou (imagine sua opção aqui) e obter ganhos de formas muito melhores do que cobrando pelo seu trabalho. Veja a empresa épsilon, por exemplo, é um caso fascinante que funciona e gera lucro para seus participantes.”
Contra argumento
Ninguém tem o direito de me impor outro modelo de atuação gerando danos a mim ou ao meu trabalho.
Consequências do argumento dos melhores modelos de comercialização
Sempre haverá modelos alternativos, no entanto é inegável que o modelo de venda simples também funciona. Há o problema da pirataria? Com certeza. Quer uma prova interessante de que funciona? Meu primeiro livro caminha para as 2000 cópias vendidas: destas, bem mais de 90% são digitais e não físicas.
E sabe aquele papo de que caminhamos para uma “economia das coisas gratuitas”? Ainda não aconteceu. Pode até ter indícios, mas as pessoas ainda querem ser pagas pelo seu trabalho.
O argumento da editora exploradora
“Pirateio mesmo pois sei que a maior parte dos lucros vai para a editora e não para o autor!”
Contra argumentos
A maior parte do dinheiro precisa ir para a editora pois esta cuida de uma série de fatores como logística, diagramação, editoração, revisão, gestão, apoio ao escritor, salário dos funcionários e diversos outros custos que o autor não tem.
O autor antes de começar a escrita do livro para a editora recebe uma proposta sob a forma de contrato: este é lido e o autor assina se concordar. Ninguém o obriga a escrever coisa alguma.
Pessoalmente: não preciso ou quero deste tipo de defensor para o meu trabalho. Se eu quiser dar 100% do valor para a editora dou e absolutamente ninguém tem coisa alguma a ver com isto.
Consequências do argumento da editora exploradora
Quem diz este tipo de coisa provavelmente nunca precisou pagar uma conta na vida ou gerir um negócio. Que fique claro: sem editoras não há mercado editorial. Hoje é possível escrever livros de forma completamente independente (vide LeanPub ou Amazon), mas os benefícios obtidos pelo simples fato de haver uma editora por trás são inegáveis. No caso de livros técnicos, o principal ganho é que uma entidade externa a mim está dizendo que tenho competência para falar sobre aquele assunto e não eu mesmo.
Mais que isto: alguém mais competente está cuidando de assuntos que desconheço como vendas, divulgação, etc. Com isto meu foco fica apenas no que sei fazer: escrever e falar sobre aquele assunto.
O “argumento” da relatividade
“Você não pode dizer que pirataria de livros é um crime, dado que o conceito de crime varia de acordo com o tempo. Algum tempo atrás homossexualidade, por exemplo, era crime, hoje não é mais. Com os novos meios de produção, nada impede que a pirataria também deixe de ser crime.”
Contra argumento
Neste tempo, neste país, pirataria de livros é crime.
Consequências do argumento da relatividade
Eu ri. Agora, falando mais sério: relativizar qualquer discussão é desonestidade intelectual, pois a partir do momento em que as coisas se relativizam, pode-se dizer qualquer absurdo, pois “tudo é relativo”. Usem isto para detectar o “intelectual” desonesto.
O argumento de que “todo conhecimento deve ser livre”
“Sou da opinião de que todo argumento deve ser livre. Sendo assim não acho errado piratear seu livro pois tenho direito aquele conhecimento”
Contra argumento
Conhecimento é uma coisa e trabalho alheio outra.
Consequências do “todo conhecimento deve ser livre”
Quando você compra um livro está na realidade pagando pelo trabalho que o autor teve de compilar aquelas informações. Aquele sujeito ficou dias, meses, anos trabalhando para que o texto chegasse naquele ponto que pudesse ser comercializado.
Ele poderia muito bem ter disponibilizado gratuitamente, é verdade, mas também pode achar que merece ser remunerado por isto através da venda dos seus exemplares, e não há absolutamente nada de errado com isto.
O conhecimento está aí, basta que você faça como o autor: ponha a bunda na cadeira e comece a pesquisar por conta própria. Você está pagando é pelo trabalho da pessoa, não pelo conhecimento. Aliás, é interessante observar que quem faz este tipo de afirmação não consegue dizer o que vêm a ser o tal do “conhecimento” cuja liberdade prega tanto.
Pirateando você está desestimulando a produção comercial. Menos produção comercial é menos “conhecimento” sendo vendido e, convenhamos: R$ 29,00 não é acessível???
Argumento da falta de recursos financeiros
“Fiz cópia pirata por que não tenho dinheiro para comprar”
Contra argumento
Se um produto só é acessível a partir da compra, e você o obtém por meios ilícitos, você está roubando.
Consequências da “falta de recursos financeiros”
Simples assim: é roubo. E cá entre nós: no caso que citei o produto custa R$ 29,00. Mesmo se fosse caro, continuaria um argumento inválido. Esta é a essência por trás de qualquer furto.
Pergunte-se: como você justifica o valor de algo como caro? Te dou uma definição: caro é quando algo lhe fornece um benefício inferior ao que você pagou. E sabe de uma coisa? Se é caro, você não precisa roubar, é só agir como uma pessoa correta e ignorar o produto.
Argumento da fama
“Ah, mas o autor escreve um livro para ficar conhecido como o expert naquele assunto. Ele fará dinheiro com palestras, eventos, cursos, etc. Não será uma pirataria boba que o irá lesar. Eu me sentiria honrado em saber que estão pirateando meu trabalho!”
Contra argumentos
A questão não é escolher a forma que lesa menos o autor, mas sim não causar a lesão.
Se o livro está a venda é por que um dos objetivos do autor é fazer dinheiro com aquele trabalho.
Consequências do argumento da fama.
A esmagadora maioria dos autores que conheço diretamente não vivem de palestrar e dar cursos sobre os assuntos tratados. Muitos (e me incluo) publicam seus livros por editoras com o objetivo de, além de ter o reconhecimento citado, também obter um lucro extra com o seu trabalho. Mesmo que lotássemos a agenda do autor com palestras e cursos, acredite: não cobriria o esforço gasto na confecção do livro.
O reconhecimento de um profissional não é obtido apenas a partir de um livro: ele é a menor parte na realidade. Entra aí participação em eventos, artigos publicados, trabalhos reais produzidos, experiência com colegas e diversas outras atividades.
Pra finalizar (e não irá finalizar)
Sei que pirataria é um problema cultural e que jamais será resolvido, mas isto não quer dizer que eu deva ser omisso. Infelizmente sou um dos poucos autores que falam abertamente sobre o assunto. Todos os autores publicados que contactei e foram pirateados concordam com o que disse acima. Sim: também se acharam desrespeitados. Curte o cara? Comece respeitando o trabalho dele.
Mas se você for me lesar, saiba que não ligo se me acha uma pessoa simpática ou não. Você leu este texto, leu o anterior sobre o assunto e sabe que considero isto desrespeito a minha pessoa. Te considero meu agressor.
Respeito é algo que primeiro espero. No momento seguinte, eu peço por ele. Se não o obtiver, o exijo.
PS: e você, autor?
Você sabe o trabalho que é publicar um livro e, se está a venda, também sabe que o fez para receber pelo seu esforço. Não se cale: não tenha medo de soar antipático perante esse povo que vêm com esta argumentação. Escreva a respeito para conscientizar o público.
Eu quero mais “Casas do Códigos, “DevMedias”, “Ciências Modernas” e muitas outras editoras pipocando por aí gerando livros que façam a diferença em nosso mercado. Ajudem nossa classe a progredir lutando contra o comportamento que exponho neste post.
Lembre-se: quem abaixa demais mostra a bunda.
Sou contra pirataria, mas farei o papel de advogado do diabo aqui.
Neste final de semana, saiu no Netflix a preciosa animação Sen to Chihiro no Kamikakushi, do incomparável Hayao Miyazaki. Ainda não tive oportunidade de ver todas as obras do mestre ainda. Vi as duas que o Netflix tem em seu catálogo, a já citada Spirited Away e Ponyo. Resolvi que queria assistir os filmes do mestre que ainda não havia assistido, começando por Mononoke Hime.
Então me deparei com o problema. A única forma legal (que eu saiba) de assistir esse filme com legendas em português — dado que não sou fluente em japonês ainda — seria comprar os DVDs pela livraria Cultura, única empresa que localizou as obras do Studio Ghibli para o idioma de nossos patrícios. Assim me deparo com alguns problemas:
* Não tenho aparelho de DVD
* Teria que esperar vários dias pela entrega do item físico aqui em casa
* Depois não teria o que fazer com ele; acabaria jogando-o fora eventualmente
* Não importa o que você diga sobre percepção de valor, não acho razoável pagar 40 reais por filme para ver filmes de vinte anos atrás
* Mesmo que tivesse aparelho de DVD, veria o filme na pior configuração possível (SD, com warnings de todo tipo, legendas-você-sabe-como-é-aparelho-de-dvd)
Enfim. Baixei, vi e apaguei. Se houvesse alguma forma de distribuição digital do filme que fosse conveniente e a um preço acessível, certamente pagaria. Assim como faço com músicas (Rdio), outros filmes/séries (Netflix) e jogos (Steam/Origin). Mas não tem. Então baixei, e não me arrependo.
Num assunto relacionado, certo dia estava numa empresa que precisava comprar licenças do Windows. E dada essa resolução ridícula da Microsoft de não vender licenças diretamente para o Brasil, e sim através de revendedores (que cobram o triplo do preço), chegamos à conclusão que a única forma de adquirir essa cópia de forma legal seria comprar a licença diretamente da MS nos Estados Unidos, baixar um torrent com a imagem e colocar o CDKey lá. Ridículo, não acha?
Sei que provavelmente não seja o seu caso, provavelmente sua editora tem um esquema azeitado para delivery de E-books (espero eu que sem DRM). Certamente há quem pirateia somente por se achar mais esperto que os outros. Gente que pirateia até app mobile de 1 dólar. Mas queria deixar registrado aqui que o mundo não é só preto tampouco só branco.
PS: a lei de direito autoral não é muito clara no que toca à reprodução não-autorizada para fins pessoais de material protegido, e não há jurisprudência no Brasil sobre condenações simplesmente por consumir pirataria, logo não é tão crime assim.
Também sou louco para usar a App para Android da Nike Fuelband SE que não está disponível no Brasil. Simplesmente aguardo e não desrespeito aqueles que fazem um produto que adoro.
É preto no branco neste caso Juan. Sim: você desrespeitou o produtor por não concordar com sua política. Interessante: sequer o procurou para entender.
Soa maniqueísta o que digo por que expõe uma falha de caráter comum. Se há uma lei que protege o produtor e evitar a obtenção ilícita, desculpe, infelizmente para você, a coisa é simples.
Navalha de Occam.
Quando você coloca a sua visão como uma simples questão do que é certo e errado, empobrece a discussão.
Longe de mim querer invocar um discurso pós-modernista aqui. Ainda sou estritamente contra a pirataria, entretando percebo que a evolução dos meios de comunicação mudou a relação entre o produtor e o consumidor de conteúdo. E a indústria está sofrendo para correr atrás disso.
De qualquer forma, entendo profundamente que você sinta-se desrespeitado por piratearem algo que você investiu tanto esforço em produzir, e nunca vou tirar o direito de você sentir-se assim. Só acho que não é esse tipo de discurso que vai melhorar a situação.
Juan, este é o caso. O produtor definiu como o produto deve ser consumido, ou seja, um contrato foi estabelecido com o consumidor. Rompeu o contrato, é desrespeito, simples assim. Ninguém tem o direito de forçar o produtor a mudar o seu modo de trabalho lhe gerando dano.
Sugiro que você releia este meu texto: é um dos argumentos que exponho.
O problema com pirataria (e a razão das pessoas se sentirem incomodadas quando a combato) é simples: produtos físicos a pessoa “comum” não consegue roubar, digitais sim, e fácil. Aí de repente aquele que se julga tão correto se vê diante de um conflito moral interno.
E nem é questão moral aqui, é ética. Basta observar que pra tudo o que disse há uma justificativa por trás e não um axioma.
Claro que consegue roubar. Se você pega um livro emprestado na biblioteca e copia manualmente para seu caderno é pirataria? E se você faz uma fotocópia?
Se eu vou numa galeria de arte e vejo um quadro bonito, nada me impede de pintar a mesma ideia e pendurar na minha sala. Nada me impede sequer de presentear um amigo. Nada me impede de deixar exposto na rua. O único crime é se eu ganhar dinheiro com isso (até legalmente falando).
Além do mais, continuo discordando dessa relação que você faz entre pirataria e roubo. São coisas obviamente diferentes. Lembra-me desse video, por sinal
https:///www.youtube.com/watch?v=IeTybKL1pM4
É diferente Juan, completamente diferente. Você está jogando o físico no digital.
E outra: isto se chama referência, não é cópia. O livro digital a pessoa copia inteiro. E este tipo de cópia parcial é inclusive aceito (por mim inclusive). Não há nada de errado com ele.
Sinta-se livre para discordar o tanto que quiser: até agora não veio um argumento que valesse à pena. Dá uma relida neste meu texto Juan, por que sinto muito: até agora tudo o que vi sendo dito aqui foi desculpa muito esfarrapada pra justificar roubo.
Pegou sem pagar o que é obtido pagando sem o consentimento do produtor? Isto se chama roubo. É simples.
Realmente esse é um problema cultural e também um problema de caráter, Kiko.
O que me espanta é a naturalidade com a qual as pessoas fazem esse tipo de coisa sem pensar o mínimo a respeito, sem ter o menor peso na consciência.
O que o povo não consegue entender é o óbvio: “É crime” e pronto. Não concorda? Eleja um parlamentar e lute para mudar a lei.
Simples assim.
Não há lei que puna especificamente o consumo de pirataria. Tampouco jurisprudência pra isso. Não é tão simples assim.
Errado Juan, e um advogado fácil destrói isto levando a argumentação para a mesma direção da interceptação ou recepção de propriedade roubada. Sorry.
Como disse, não há jurisprudência para isso. Pirataria não é o mesmo que roubo, visto que nenhum valor material lhe foi subtraído. No máximo você deixou de ganhar dinheiro com um possível cliente, mas até isso é contestável.
O único crime prescrito relacionado a pirataria é fazer cópia com o objetivo de lucro direto ou indireto. E a maior parte da pirataria que se vê por aí é voluntária.
Releia o primeiro parágrafo da sua resposta Juan. É o mesmo argumento que poderia ser usado pelo ladrão que rouba laranjas no meu quintal que eu sequer sabia da existência.
Pirataria é roubo, mas especificamente furto. Lei o artigo 101 da Lei dos direitos autorais (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm) agora leia o Código penal (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm), em seu artigo 155 §3º.
É CRIME SIM! O Juiz deverá lhe atribuir um trabalho comunitário, mas não deixa de ser CRIME!
Alysson, essa é a sua interpretação da lei. Violar direito autoral *nunca* foi tipificado por juiz algum sob o artigo 155 do código penal como “roubo” ou “furto”. Até porque um juiz saberia que no próprio código penal existe o artigo 184, que lida especificamente com violações do direito do autor.
E ambas as leis (tanto a do direito autoral quanto o código penal) dizem o mesmo: o crime só é tipificado quando há intuito claro de lucro. Cópia para fins pessoais não é crime. E por mais que a Receita Federal tente botar medo nos usuários de pirataria, repito, *não há jurisprudência* para isso. E a constituição é clara: “não há crime sem lei anterior que o defina”.
Você pode ter uma inclinação moral a não querer usar produtos piratas, respeito isso (e compartilho da opinião). Mas daí a dizer que é crime, “roubo”, ou “furto” é como se diz em /sermo vulgaris/, “cagar regra”.
Colega,
Essas desculpas que deram são esfarrapadas, é falta de respeito e o conceito de selva que o brasileiro tem, vacilou dançou, o respeito não existe mesmo, esse argumento de ser caro é balela, eu fiz na década de 90 um utilitário de graça e pedi doações de R$ 5,00 para quem pude-se contribuir com a melhoria do projeto, houve milhares de downloads e só 1 brasileiro doou, não era obrigado a pagar, mas ninguém quer contribuir com nada, depois falam que os políticos é que são errados, essa malandragem vem de baixo pra cima, é de berço mesmo.
Kiko a sua parte vc fez,
Não vai rolar pedir paras a pessoas não piratearem, são muitos,
Certeza que vc escreveu o livro pq ama o que faz e não pela grana,
Bola pra frente e cara escreva outro livro, que se foda esses caras,
Abrcs
Pessoal,
O que muito leio do time “a favor das cópias ilegais” são argumentos de como o mundo deveria ser, e tais argumentos não invalidam a forma como o mundo é.
Dizer que os produtos devem ser mais baratos, que o desemprego é que gera essas práticas, etc, não é suficiente para afastar a ilicitude de tais atos.
Há leis em vigor, como bem disse o Alysson, que criminalizam a conduta de quem reproduz, vende ou distribui produtos sem a autorização do autor ou sem pagar-lhe os direitos autorais. E acreditar que tais leis são injustas ou mal aplicadas, repito, não as revoga.
O ordenamento jurídico de um país reflete valores morais que venceram. Sendo assim, quando a maioria dos cidadãos considerar moralmente correta esse tipo de atitude e, além disso, algum parlamentar/autoridade modifique a legislação pertinente, aí sim poderemos nos calar nesse tocante.
Abraço,
As pessoas não vão parar de consumir um produto porque ele tem restrições. Você tem ótimas vendas! Vai melhorar, quem pirateou não compraria, graças a deus a tecnologia os ajudou a ter esse acesso! =D
Viva o livre acesso a informação!
Sávio, livre acesso a informação é uma coisa, desde que a informação seja caracterizada como livre. No cas de pirataria com trabalho alheio é crime e desrespeito para com o trabalho dos profissionais que o fizeram. Sou um autor pela Casa do Código, no meu livro pelo menos 8 pessoas trabalharam DIRETAMENTE para o produto final e tenho a certeza que a intenção não é distribuir de graça, eu tive custos para fazer o livro, foram mais de 9 meses de estudo e virando noites em claro, teve revisor de código, revisor gramatical, logistica, marketing… TODOS trabalharam muito e este trabalho DEVE ser cobrado.
Tenho mais argumentos para você Kiko, mas sei que são meras desculpas…
1) É muita informação, conteúdo para pouco dinheiro;
– Muitas vezes ora queremos algum conteúdo ora precisamos de algum conteúdo e ora só queremos ver como é. Mas como são tantos, não dá para adquirir tudo o que queremos consumir. Então por exemplo: devem existir uns 20 livros em PHP traduzidos em português, a pessoa geralmente não tem como comprar os 20 e nem teria porquê, mas aí ele baixa os 20, lê todos uns 2 ou 3 capítulos e vê que só uns 3 são ótimos, de bom conteúdo e são esses 3 que a pessoa geralmente compra pra consultar posteriormente, ao invés de ter comprado os 20. Isso também vale para as músicas.
2) A justificativa da pirataria também varia pelo tipo de conteúdo;
– No caso de séries/seriados tem pessoas que não tem TV por assinatura e ao invés de esperar sair em DVD/Blu-ray ao final da série, fica mais prático baixar no mesmo dia ou no dia seguinte e assistir o episódio da semana.
– No caso de softwares e jogos, há a questão do teste, que nem todos possuem a versão trial/demo para testar então vale a pena baixar para testar se lhe serve aquele software ou se o jogo funciona em seu computador.
3) Disponibilização de conteúdo;
– Livros muitas vezes não possuem versão digital, e a pirataria por ser digital acaba que escaneia o livro e disponibiliza o mesmo para ser consumido em vários dispositivos, não apenas na versão física.
4) Coletâneas, compilações;
– Muitas vezes queremos uma discografia, uma coletânea, um box e na loja ou na internet acabamos tendo que vasculhar em vários lugares para pegar tudo daquele autor/artista e a pirataria, geralmente, graças ao P2P compartilha-se tudo de uma vez, tudo daquele mesmo assunto, título, ficando mais fácil a obtenção quanto também o compartilhamento para parceiros que gostam daquilo.
Razões para uma pessoa querer comprar de fato aquele conteúdo:
1) Raridade, antiguidade, unicidade;
– A pirataria infelizmente não tem tudo, então quando encontramos algo raro que não existe como se obter mais barato ou de graça, acabamos pagando o preço que for pelo conteúdo.
2) Paixão/gosto pelo autor;
– Quem ama seu trabalho, jamais irá piratear um livro seu, mas pode piratear os outros pois desconhece seu trabalho ou o seu já basta para ser comprado. Pra que comprar 10 livros do mesmo assunto sendo que o seu já abrange muita coisa, mas não tudo, então para as informações adicionais até vale obter os outros conteúdos de graça.
3) Amor a camisa, exibicionismo;
– Pessoas também geralmente compram por que amam não o autor ou artista, mas o estilo, o assunto, ou apenas para dizer: “Eu Tenho o Original!” “Eu tenho aquele ou aquilo…”. Para essas pessoas a pirataria desses conteúdos não é algo que ela pensa em fazer.
Enfim, só enchi de argumentos válidos para alguns que para você deve parecer linguiça de 5ª categoria.
Devo dizer que não conheço seu trabalho, nunca pirateei algo seu, não sei sobre que assuntos escreve, pelo que vejo é sobre TI que é apenas um grande caule de uma árvore majestosa, mas digo que não se desanime com isso, a pirataria é a corrupção do mundo digital, existe por que tem quem pratica, mas as pessoas honestas também estão aí para consumir legalmente os conteúdos que as pessoas produzem.
Obrigado! =)
PS: para escrever a parte 3 de seu artigo de pirataria, gostaria que lê-se essa matéria: http://www1.folha.uol.com.br/tec/910219-paulo-coelho-volta-a-defender-pirataria.shtml
Oi Gelson, eu que agradeço. Na realidade são meras desculpas mesmo, se você se esforçar quase nada já destrói todos os argumentos.
Vi este negócio do Paulo Coelho.
Eu citaria uma quarta razão para a pessoa querer comprar o conteúdo: por que é o certo a se fazer.
E nope: pirataria não me desanima, pelo contrário. To terminando o segundo livro agora. E não vai ser gratuito.
Gelson, sempre penso o seguinte, se a pessoa quer tudo de uma vez, com certeza será capaz de ser ruim em tudo o que faz. O foco é primordial principalmente quando se está estudando. Compro 1 livro por mês, as vezes digital, as vezes impresso. Em meio às correrias do dia a dia muitos deles ainda nem li, quanto mais botei em prática o que ele mostra. Por que eu baixaria 20, 30 e-books de uma vez só pra ler se tem mês que sequer consigo ler e aplicar os conceitos de 1?
E, convenhamos, se a pessoa é “profissional” e não dispõe de 29 reais pra INVESTIR no seu conhecimento, muda de área!!!
Desculpas, desculpas e mais desculpas… O fato Kiko é que brasileiro é malandro véi e acha as mais variadas e infinitas desculpas para justificar seus atos.
Temos que ter cuidado para que as coisas não possam ir para o lado do “está na lei” ou o “não está na lei”. Homens já viveram sem leis escritas em eras remota e a sociedade sobreviveu. Leis foram feitas pra ser revistas e mais, LEI != Justiça.
Esse argumento de que está na lei ou não é o que faz com que os ladrões da nação façam a farra nos nossos bolsos.
No final das contas pra mim a relação é simples:
– Autor vende sua obra:
* Se eu a quero, compro;
* Se não a quero, Não compro;
* Se eu a quero, mas não tenho dinheiro, não compro;
* Se eu a quero, mas achei caro ou injusto o preço, não compro e tento convencer outros colegas a não comprar;
* Se eu a quero, mas não concordo com a política do autor, que decidiu vender mais barato para alguns lugares, ou só disponibilizar a obra para esses lugares, não consumo a obra, muito menos pagando;
* Se eu acho errado o modelo em que o cara cobra pelo que produz, eu viro um evangelizador do que é distribuído livremente.
Sabe o que dá raiva de certas coisas que são colocadas, como por exemplo no link do Paulo Coelho? É que eu se eu for em alguma livraria agora a tarde e pedir um livro do Paulo Coelho de graça, o cara não vai me dar. Logo o cara defende uma coisa que ele mesmo não pratica. Se eu sou a favor de Software livre, música livre, jogos livres??? Completamente a favor, o que não me justifica roubar do cara que cobra pelo seu produto/serviço.
Um exemplo prático. Eu amo alguns jogos do PS, mas não os jogo. Porque? Me recuso a pagar R$ 200,00 em um jogo de vídeo-game. Simples assim.
Assinei a Steam que me cobra mais barato e disponibiliza alguns grátis. PONTO.
Não é porque a Sony cobra caro que vou comprar ou hackear o jogo que tanto quero jogar, não concordo com o modelo, simplesmente ignoro a obra.
No final de tudo, cai naquilo que você falou: “Só porque é o certo a se fazer” e não porque está na lei X, Y ou Z.
Sem mais.
PS: Ressuscitando os comments no dia 15/03 no combate à corrupção.
Sinceramente, vejo como um problema no todo, mas descordo em apenas 1 ponto.
Com certeza, hoje em dia vê-se muitos profissionais da nossa área distribuindo livros gratuitamente, e ganhando dinheiro de outra forma. Infelizmente (ou felizmente para os usuários finais), tiveram que burlar a esperteza dos que baixam deliberadamente livros alheios. No final, a história mostra que ‘apenas’ RECLAMAR ou dizer quer moralmente é errado, não basta. Daqui pra frente, quem quiser ganhar dinheiro pelo esforço de seu trabalho terá que pensar um pouco a mais, elaborar listas de newsletter, blogs, cursos online e assim fazerem seu nome.
Apenas escrever livros ou apostilas e querer ganhar na venda, assim como em CD e DVD de bandas e artistas, cairá em desuso.
Engraçado que ao buscar mais sobre um livro da casa do código, acabei aqui, e me vi realmente curioso com essa discussão… IMHO:
1 – Pirataria não é roubo, nem é furto, roubo e furto qualifica o roubo de propriedade física ou intelectual. Pirataria é duplicação não autorizada de conteúdo protegido por direito autoral. A diferença é pequena, mas existe.
2 – Não são as técnicas de DRM que não são confiáveis, ou o mau caráter das pessoas, ou a cultura do download, responsáveis por esta situação. O problema desta situação toda são os formatos de negócio. Todo o sistema de venda virtual duplica um formato obsoleto, desenvolvido para bens físicos. Se você quer se livrar de pirataria, você tem duas opções. Uma delas é fazer como Andy Weir fez com O Ovo e Perdido em Marte. Mostre que seu trabalho é relevante, depois solicite contribuições pelo trabalho tido. A segunda opção é simples. Reverta o processo. proporcione a venda ANTES da produção do material. Exemplos não faltam: https://www.catarse.me/explore?ref=ctrse_header#by_category_id/20 e https://www.kickstarter.com/discover/categories/publishing
Inúmeras plataformas inclusive permitem o financiamento coletivo capitulado, ou seja, você pode disponibilizar uma parte do conteúdo, e vender o resto, capítulo por capítulo. Você pode ainda oferecer masterclasses do conteúdo, vendendo tickets de acesso as aulas ao vivo, e depois de um período, as monetizando em formato long-tail por meio de propagandas em sites como o Youtube.
Caso, em algum momento, você deseje conversar comigo a respeito, eu trabalho justamente com distribuição de conteúdo, e posso lhe ajudar não a se livrar da pirataria do seu conteúdo, mas a superar a necessidade de livrar-se dela.
E aí o ponto é (inclusive tá no texto que você está comentando): se eu não quiser mudar de modelo (o que é um direito meu), tudo ok ser lesado?
O grande ponto é a absoluta falta de respeito com o autor. Se o sujeito escolhe determinado meio para comercializar seu conteúdo (e o faz legalmente), ninguém tem direito algum em lhe causar dano financeiro, tal como ocorre na pirataria.
Sim, segundo o mercado. Você produziu x, e só vende mediante x, logo se você não for esperto copiarão x e venderão mediante a vontade do consumidor. Exemplo: Eu sou w vendo meu produto para membros do grupo 4, não vendo para membros do grupo 9. Nada impede alguém de quebrar essa lógica e vender o produto para membros do grupo 9. No caso o grupo 9 se refere a pessoas de baixa renda. Nem todos tem 29,90 para gastar, logo elas irão agir em benefício próprio para conseguirem acesso a essa informação. É tudo uma questão mercadológica que não aconteceria se o produto custasse, digamos 1,99, ou um preço mais justo.
Bom, vamos quebrar este argumento então.
“segundo o mercado” – neste caso, segundo o mercado, há aqueles que tem a licença para comercializar o seu produto, e aqueles que não tem “licença” para tal. No caso, quem comercializa e estaria permitido para este fim seria a editora, que fez todo o trabalho de suporte e produção do livro.
Logo, se apenas um tem permissão para comercializar, e isto é feito de comum acordo (que é o caso), então aquele que tentar “comercializar” sem o acordo estaria infringindo este princípio básico do mercado.
E no caso, não é “comercializar” o que está ocorrendo, é roubar mesmo: há um acordo bem definido e público que define que para se ter acesso ao livro, você precisa comprá-lo, e não sair por aí o distribuindo gratuitamente (observe, não há “comércio”, há regras sendo burladas, limites sendo rompidos de forma desrespeitosa).
Outro ponto interessante no seu comentário: “se você não for esperto copiarão x e venderão mediante a vontade do consumidor”
Isto se aplicaria se fosse a geração de OUTRO conteúdo que fosse muito parecido com o seu, uma reprodução/cópia intelectual. Não é o caso: no caso é a destruição do dispositivo de venda a partir da pirataria.
“É tudo uma questão mercadológica que não aconteceria se o produto custasse, digamos 1,99, ou um preço mais justo.”
Curiosamente, você pagaria 30 reais em uma mesa de bar ou outro entretenimento qualquer, mas isto não interessa. O que interessa é: para que você possa dizer que um valor é justo ou não, primeiro você precisaria saber do esforço necessário para produzi-lo. Qual você acha que é o esforço para produzir um livro? No meu caso foram anos de pesquisa. Será que estes anos de pesquisa, somado ao esforço editorial e de comercialização, valeriam realmente apenas 1,99? Como você definiria um preço justo?
Bom eu falei do ponto de vista anarco-capitalista. Mas de qualquer forma isso não é crime no Brasil, diferente dos Usa ou Europa. Vou deixar um link pra você ver :https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=328 e : https://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=29 Deixando claro que estou escrevendo de uma perspectiva libertária. Os preços dos ebooks são altos demais no Brasil devido as editoras. Logo é necessário a pirataria : https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=86 Além disso pode ver também este artigo na wikipédia com visões dos dois lados : https://pt.wikipedia.org/wiki/Perspectivas_libert%C3%A1rias_sobre_propriedade_intelectual Eu pessoalmente acho interessante o pensamento de N. Stephan Kinsella nesse assunto “Kinsella aponta em Contra a Propriedade Intelectual que as patentes podem ser ineficiente, uma vez que desviar recursos de pesquisa e desenvolvimento para o registo de patentes e processos judiciais. Ele percebe que a pesquisa teórica não pode ser patenteada tão facilmente como a pesquisa prática e pesquisa, portanto, teórico é relativamente subfinanciado. Além disso, ele argumenta que os direitos de propriedade só pode ser aplicada a recursos que são escassos, que a propriedade intelectual não é. Kinsella também afirma que a única maneira que os direitos de propriedade intelectual podem ser implementado é limitando a direitos de propriedade física dos outros”. Além disso acho que seu livro venderia mais se fosse mais barato, sei que você vai dizer que é você que vende e blá-blá-blá, mas eu que consumo, logo eu faço o que for necessário para ter o que eu quero. Em relação ao seu livro, eu não li e não pretendo ler, t.i não é meu campo hehehehe. Mas tenho interesse em t.i e vim parar nessa discussão enquanto procurava tópicos sobre ebooks sendo caríssimos o que desafia a lógica do conhecimento sendo barato já que pode ser distribuído sem custos. Enfim acho que a única forma das editoras abaixarem os preços é através do incentivo = pirataria.
Bom, pra começar libertarianismo não implica em roubo.
Se há uma regra PRIVADA bem definida de consumo de um bem, violá-la vai contra a lei e é um desrespeito justamente à iniciativa privada e ao empreendedorismo que esta vertente tanto defende.
Sobre o valor, novamente solto a pergunta: como você define o valor do produto sem levar em consideração o esforço necessário para produzi-lo.
Os argumentos que você mostra são muito furados, continuam desrespeitando os autores e aqueles que lidam com eles. Não passam de desculpas muito fajutas para encobrir um ato danoso contra aqueles que estão trabalhando.
Outro papo furado ” os direitos de propriedade só pode ser aplicada a recursos que são escassos, que a propriedade intelectual não é “. Sabe por que isto é falho? Por que para se produzir a propriedade intelectual se usa um recurso escasso, que é a energia dos autores e de todos os envolvidos empenhada na produção do bem.
E se levar em consideração que, como você mesmo diz, não são todos que irão consumir, isto influencia no valor também. Oferta e procura, outro princípio básico né?
E quando você escreve: ” Além disso acho que seu livro venderia mais se fosse mais barato, sei que você vai dizer que é você que vende e blá-blá-blá, mas eu que consumo, logo eu faço o que for necessário para ter o que eu quero.”
É exatamente a mesma justificativa que um bandido usa para roubar alguém.
Bom, não importam as argumentações, de qualquer forma isso não é crime no Brasil. Além disso não reconheço isso como crime e a lei também não. Logo, se você se sente desrespeitado, mude a lei.
Oi cogne, na realidade a lei está do lado do autor: é a 9610 de 1998 – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm
Então nem precisa mudar muito as coisas, o mais interessante é apresentar bons argumentos (ao contrário dos seus) que exponham o outro lado da moeda: o de quem está sendo lesado.
Por que apresentar justificativas fúteis para o desrespeito ao trabalho do autor é muito fácil: difícil é produzir alguma coisa que preste.
É fácil dizer “está caro” sem entender os custos envolvidos.
É fácil dizer “se não concordo com o custo, obtenho a coisa do modo que seja mais fácil para mim”, o que envolve inclusive burlar as regras estabelecidas por quem está criando o trabalho.
É fácil dizer “o trabalho intelectual usa matéria que não é escassa” ignorando o esforço individual de todos os envolvidos.
Talvez o que precise mudar não seja a lei, mas a educação.
É tudo uma questão de reconhecer o limite do outro, mas há pessoas que são mais importantes (deve ser o seu caso) e que portanto não ligam pra isto.