Recentemente terminei de ler o livro “A Arte do Desenvolvimento Ágil”, de James Shore e Shane Warden, publicado aqui no Brasil pela Alta Books. Venho me dedicando ultimamente a me aprofundar no assunto, sendo assim, como já havia lido algumas resenhas do original em inglês, ao encontrar em uma livraria o memso já traduzido para o português a compra foi imediata.
O foco consiste na XP. Ok com relação a isto. Afinal de contas, como nunca havia lido algo de mais profundo a respeito (apenas diversos artigos em revistas e na Internet), seria uma experiência interessante.
De fato valeu a pena: a abordagem do livro é muito bacana. Boa parte do foco diz respeito ao modo como se deve implantar metodologias ágeis em ambientes mais tradicionais de desenvolvimento, o que cai como uma luva para o meu caso. Encontrei diversas sugestões que, quando coloquei em prática, REALMENTE me ajudaram MUITO a solucionar uma série de problemas com os quais me deparava já havia algum tempo.
Outro ponto que gostei DEMAIS são as seções de perguntas e respostas. Na maior parte das vezes, parecia que o autor sabia exatamente quais eram as dúvidas que haviam surgido na minha cabeça ao finalizar o capítulo.
Também é muito legal o fato de ficar nítido desde o início não se tratar do trabalho de autores deslumbrados com XP. Na realidade, muito pelo contrário, em todos os capítulos sempre há uma seção chamada “Contra indicações” aonde são expostos os casos aonde algumas das práticas da XP (e a própria XP) não devem em hipótese alguma serem adotadas.
Quando alguma prática não é viável para determinadas situações, o livro também vêm com seções chamadas “Alternativas”, aonde, como o próprio nome já diz, são expostas outras abordagens às práticas da XP. No meu caso, estas se mostraram valiosíssimas, pois como sofro com a falta de alguns dos recursos básicos (como por exemplo uma equipe maior), as alternativas se mostraram as únicas soluções viáveis para alguns dos meus problemas.
Resumindo, é um livrão.
Um livro excelente com um trabalho de revisão e tradução que é um LIXO
Pra começar, há diversos erros de português. Ora, não é trabalho da editora AO MENOS passar um corretor ortográfico? Quando você encontra um capítulo entitulado “Evitando o Disperdício” (capítulo 13), e, no transcorrer de TODO O TEXTO, o revisor não ter notado que se escreve “o cenário”, e não “a cenário”, é sinal de que simplesmente não há revisão. Plural por exemplo é algo que, tenho certeza, trata-se de um conceito desconhecido para o tradutor/revisor deste livro.
Na realidade, o trabalho de tradução e revisão do livro é tão porco que em alguns momentos preferi consultar algumas das palavras que encontrei no site da O’Reilly (http://oreilly.com/catalog/9780596527679/) para ver se REALMENTE eram o que eu estava pensando. Quando este tipo de situação ocorre, tenha certeza: não é o reslutado de um trabalho de excelente qualidade.
Em alguns pontos, são feitas traduções literais que chegam ao ridículo. Por exemplo: o que você acha que é um “desenvolvimento em 10 minutos”? Respondo: “Ten Minute Build”. E esta é apenas uma das pérolas que encontrei.
Compro ou não compro?
Apesar de todos estes problemas com a revisão/tradução do livro, repare no que escrevi acima:
“o trabalho de tradução e revisão do livro é tão porco que em alguns momentos preferi consultar algumas das palavras que encontrei no site da O’Reilly”
Se o CONTEÚDO do livro tivesse a mesma qualidade que a sua tradução/revisão, com certeza eu não teria me dado a este trabalho. Sim, no final das contas, a leitura valeu MUITO à pena. A pergunta que deveria ser feita neste ponto portanto é: compro a tradução nacional? Só se for a sua única opção. Caso seja este o seu caso, siga o meu conselho: tenha o site da O’Reilly aberto ao seu lado durante a leitura, pois com esta tradução…
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