Você REALMENTE acha que vai aprender assim?

Jean Baudrillard

Uma lição importante aprendida com o Grails Brasil foi como não aprender alguma coisa.  A foto do Baudrillard ai ao lado não é acidental.

Há alguns anos atrás li um pequeno livro de Baudrillard chamado “A Ilusão Vital”  que chega a uma conclusão fascinante: se você quiser privar um indivíduo de informação, afogue-o nela. E há uma razão epistemológica para isto.

Só conseguimos prestar atenção e absorver conhecimento de uma fonte por vez. Sendo assim, caso você ofereça dezenas de fontes a alguém que deseje aprender (mais especificamente se iniciar em) um assunto, esta levará muito mais tempo para aprender (se aprender) do que alguém que possua uma fonte única.

E o problema é que hoje temos fontes demais: blogs, vídeos, fórums, artigos, revistas e… livros. Sendo assim, num ato de talvez pura arrogância resolvi escrever este post no qual apresento um guia expondo como procedo quando quero me iniciar em algum assunto, seja ele desenvolvimento de sistemas, filosofia, matemática ou qualquer outra coisa.

Iniciando: o livro

A iniciação sempre se dá de forma acidental. Eu topo com algum post, artigo,vídeo ou até uma conversa solta e tomo conhecimento da existência daquele assunto. Se o assunto de fato me interessar, é hora de buscar um bom livro sobre aquele tema.

Yeap: a minha fonte primária sempre é um livro. Neste momento, ignoro todos os blogs, agregadores e fórums que possam existir sobre o assunto. Meu objetivo é encontrar um livro que me sirva de base. Busco aquele com o qual me sinta mais a vontade (normalmente é um processo puramente instintivo) e leio-o de cabo a rabo. Mesmo que seja um livro horrível, pelo menos já vou estar mínimamente preparado para que eu possa me aprofundar no assunto.

Livros são bons porque normalmente apresentam a espinha dorsal do aprendizado.O autor gastou um bom tempo planejando como guiar seu leitor. Lembre-se: quando você está aprendendo algo, simplesmente não sabe qual caminho seguir. Resumindo: não seja arrogante.

Caso você opte por aprender apenas por blogs, artigos e fórums, difícilmente vai acertar de cara qual o melhor caminho de aprendizado.

Pondo em prática: Internet começa a te ajudar

Livros de programação possuem uma vantagem: são interativos. Normalmente o autor expõe alguns exemplos que podemos tentar por conta própria para ver se funcionam mesmo. Use e abuse destes exemplos e, de preferência, procure criar alguma coisa baseando-se no que o autor te expõe. Experimente!

Se ficar com dúvidas em relação a algum assunto que o livro não deixe claro, busque na Internet algo a respeito. Com certeza encontrará alguma coisa. Outra fonte bacana são os fórums, aonde seus participantes farão o possível para sanar suas dúvidas. Mas logo em seguida retorne ao seu livro.

Lembre-se: fórums servem para resolver dúvidas pontuais e conhecer novas pessoas, mas não para se aprofundar. Tenha isto em mente o tempo inteiro. Já posts tratam sempre de apenas detalhes. O mesmo pode ser dito a respeito de artigos.

Se aprofundando: escreva

Após confirmar seu gosto pelo assunto  a melhor forma de se aprofundar é ler ainda mais e, principalmente, escrever a respeito. Escreva suas descobertas e espere por comentários. É fascinante ver o que as pessoas pensam do que você está expondo. E ainda mais fascinante aprender com seus leitores. Diversas vezes meus leitores apontaram erros em meus textos que me ajudaram DEMAIS no meu aprendizado.

E aqui entra o postulado Kiconiano: você só conhece de fato aquilo que consegue descrever com palavras. Sendo assim, nada melhor para confirmar o seu aprendizado do que escrever a respeito.

Cursos

Um curso pode proporcionar ganhos iguais ou até superiores aos que obtemos com um livro (há uma razão pela qual não existem apenas autores, mas também professores). Isto porque você vai estar durante o período do curso 100% (ao menos em teoria) dedicado a prestar atenção em seu instrutor. Além disto, também estará absorvendo a experiência de alguém que já passou por aquele caminho. Outra razão é que cursos costumam oferecer apostilas e textos básicos que ajudam o estudante a se aprofundar. Resumindo: une o melhor dos dois mundos: a leitura e o conhecimento prático.

Podendo fazer algum curso de qualidade não pense duas vezes. Pule dentro!

Como não aprender: evitando apenas a prática

Não seja uma máquina: seja pensante!

Você não vai aprender apenas por fórums, posts e videos. Sem um guia inicial que ofereça o mínimo de aprofundamento não há como aprender de fato. Respostas em um fórum ou um blog podem causar a ilusão de aprendizado em quem está começando, mas na esmagadora maioria das vezes, a dúvida que te fez buscar um fórum é alimentada pela falta de algum conhecimento básico que muito provavelmente esta a apenas algumas páginas adiante no livro que você deveria estar lendo.

Valorize a tecnologia e não apenas a prática

Observo muita gente que tenta aprender apenas vendo exemplos de código na Internet. Ei! Como você pode ter certeza de estar compreendendo aquele código se não possui a base para tal? É hora de deixar a arrogância de lado e valorizar a base do aprendizado: teoria. Acredite: pegar um sistema pronto e ver como funciona sem conhecer de fato a tecnologia não estará lhe ajudando, mas sim alimentando sua desistência daquele assunto.

Nestas horas devemos pensar no significado da palavra tecnologia. Vem da junção de duas palavras gregas: techné (técnica) e logos (conhecimento baseado na razão). Conhecendo apenas a técnica você falhará miserávelmente na primeira situação que fugir da sua experiência. Já conhecendo a razão (logos) por trás da sua prática, saberá o porquê do seu fazer e, principalmente, a razão pela qual algo não saiu como o esperado.

Resumindo: evite ser uma máquina e passe a agir como ser humano.

Perguntas frequentes

Como escolher o meu livro e saber se presta?

Procure o site oficial da tecnologia e veja se indicam algum livro. Já é um bom começo. Busque opiniões também em fórums ou com pessoas que possuam experiência confirmada no assunto. Caso seja uma tecnologia recente e não exista material publicado, comece pela própria documentação do projeto que, normalmente, é a mais completa possível a respeito do assunto.

Quando devo usar um fórum então?

Quando precisar de apoio para dúvidas específicas, quiser conhecer mais pessoas que lidem com o assunto ou se aprofundar no assunto ajudando os inexperientes, mas NUNCA como fonte primária de informação.

E blogs? Quando devo usar?

Para conhecer visões diferentes sobre um mesmo assunto ou resolver uma dúvida específica. Talvez até mesmo como um possível contato com o autor do blog.

E vídeos? Quando?

Vídeos são ótimos quando desejamos ver a coisa na prática. Talvez seja o que chega mais próximo de um curso, porém possui a desvantagem de que você não pode interromper o narrador durante sua execução. Tenha isto em mente. E, assim como fórums, não devem jamais ser usados como fonte primária de informação. Sempre os use em conjunto com alguma outra fonte de instrução como um livro ou mesmo série de artigos a respeito.

Como usar a Internet para buscar maiores informações?

Tenho um post neste blog exatamente sobre este assunto. Clique aqui.

Eu não tenho paciência para ler. E ai?

Você tem certeza disto? Já reparou que sempre se pega lendo uma seção específica em jornais ou revistas? Use esta sua impaciência como um sinal de que talvez você não se interesse de fato pelo assunto. Normalmente sentimos prazer em ler a respeito dos assuntos que nos atraiam. Pense nisto.

Concluindo

Este é o caminho que sigo quando pretendo me iniciar em algum assunto de meu interesse. Trata-se apenas da minha experiência e de modo algum deve ser entendido como regra geral. Porém, se lhe servir de apoio, ótmo! Sinal de que meu tempo não foi perdido ao escrever este post.

O mais importante deste post na realidade é sua mensagem final: evite ser uma máquina: valorize a tecnologia e não apenas a técnica para não se tornar apenas “mais um” ok?

E aqui recoloco a pergunta: e você? Quando vai se iniciar em um assunto, como procede?

48 comentários em “Você REALMENTE acha que vai aprender assim?”

  1. Ótimo texto, parabéns.

    Tenho que confessar que não sou nenhum exemplo, começo pela internet, blogs, foruns e tal… e acabo me ferrando :D

  2. Eu sou do tipo “o inverso” desse método. Espero não incomodar, mas você pede nossa opinião e pessoalmente acho, acredito que assim como você também, importante auxiliar outras pessoas que anseiam seguir essa carreira de desenvolvedor de sistemas, então acho importante expor minha opinião.

    Eu ponho a mão diretamente na massa e sigo eternamente consultando referencias (Google) enquanto vou produzindo, sempre tentando não a primeira forma que aparece, mas algumas até chegar na melhor forma de resolver cada problema com que me deparo. Quando vejo aquele problema novamente, reproduzo a forma encontrada anteriormente. O que ocorre é que tudo em tecnologia tem mil tentáculos, e livro nenhum irá apresentar todas as formas, e nem mesmo garante a “melhor fórmula”. E mesmo que se faça curso e leia livros, na hora de por a mão na massa você terá que consultar as referências do mesmo jeito, fazendo trabalho duplicado. Além disso, tecnologia muda toda hora muito rapidamente, e se você gastar muito tempo no academismo, acaba ficando para trás.

    Pra mim programar é ter “facilidade”, habilidade, não “sabedoria”, pois ela é impossível numa área tão vasta.

    1. Oi Marco, a idéia do blog é justamente esta: contrapor opiniões, sendo assim, você está certíssimo (e eu muito agradecido) em expor as suas opiniões.

      Mas o método que você está expondo é o do aprendizado por tentativa e erro apenas o que foi deixado pra trás pela sociedade ocidental há no mínimo 2600 anos atrás com o surgimento da filosofia/ciência.

      De nada adianta ficar só na tentativa o tempo inteiro. Quer um exemplo? Tente aprender algo como Erlang ou Lisp por exemplo deste modo. O tempo que você irá levar é muuuuuuuito maior. Na “prática”, acaba não compensando.

      E continuando na mesma linha de raciocínio, eu penso que o mesmo comportamento que exigimos de médicos por exemplo seja aplicado a nossa área. Você gostaria de ser operado por um médico que tentou n alternativas até talvez acertar o método em você? Eu com certeza não gostaria de contratar um desenvolvedor que aplicasse este tipo de metodologia em um sistema financiado por mim.

      (e aqui entra o questionamento: porque na nossa profissão nõ exigimos o mesmo tipo de empenho anterior à prática?)

      O problema de por a mão direto na massa e ir seguindo apenas o Google ou Bing ou seja lá qual mecanismo de busca for é que você está indo apenas a pontos específicos. Não está pegando a essência da coisa no aprendizado. Como consequência, é aquilo que menciono no post: você não está lidando com tecnologia, mas apenas com a “techné” (mesmo assim bem chinfrinha) do assunto.

      1. Não existe sistema sem bug. Você pode ser o melhor programador do mundo que seu software terá N bugs. Nem Linux, nem Windows, nem Unix, nada está imune a eles. Tecnologia não deve ser confundida com áreas como a medicina, jamais. Na medicina uma metodologia, um remédio, uma maquina nova leva anos e anos de testes com cobaias para serem aprovadas, e é uma área que não admite erros pois pode ser fatal. Já no desenvolvimento de sistemas as empresas preparam ambientes de desenvolvimento, teste, homologação e produção justamente porque isso é diferente, e as ferramentas todas tem um “modo debug” também não é a toa. Ao contrário da medicina, na tecnologia as empresas até contratam hackers para descobrirem bugs e brechas nos sistemas, pois é provocando erros que se descobre eles e se torna os sistemas menos vulneráveis, e mesmo assim jamais deixam totalmente de ser, e o fato e´que cursos e livros não irão diminuir os bugs até porque é mais fácil um livro estar com metodologias de segurança ultrapassadas do que o Google, que é atualizado ao vivo. Ao contrario da medicina também, a tecnologia é uma área que evolui a passos cada vez mais longos e cada vez mais rapidamente. Nenhuma empresa sequer pode esperar anos até aprovar uma nova ferramenta. Você vê cada vez mais coisa sendo liberada para o público em versões beta, developer, e até alpha, porque é uma área de evolução veloz. Jamais liberariam uma vacina em “versão alpha”. É muito diferente.

        Você fala que “tentativa e erro acabou com a vinda da filosofia e ciência”. Devia saber que o método ciêntífico é pura tentativa e erro. Tudo sempre começa com várias teorias erradas mas todas plenamente estudadas até que apenas uma delas se mostra como verdade no final. Big-bang, teoria da evoluçaõ, matéria e energia escuras, tudo isso até hoje é mera “teoria”, ou seja, pode ser erro puro, mas sem teorias, sem testar, pesquisar, errar muito com cobaias e etc, a ciencia não dá um passo sequer.

        E a filosofia por sua vez, pode consultar qualquer filósofo, encara tudo de forma muito “relativa”. As verdades filosóficas variam enormemente de acordo com lugar e época, e portanto a filosofia que valia antigamente pode não mais valer hoje. Um filósofo jamais se diz “dono da verdade absoluta”. É preciso questionar até a si próprio, até a própria verdade para se chegar a conclusões melhores na filosofia. Portanto também tem muitos componentes de tentativa e erro.

        1. Oi Marco,

          medicina é tecnologia e tecnologia, como eu mesmo expus no post e qualquer dicionário vai repetir, é a aplicação da técnica baseada em conhecimento racional adquirido anteriormente. Fato. Comecemos portanto por este conceito ok?

          Sim, pode-se comparar desenvolvimento de software com medicina e, aliás, deve-se fazer isto. Se seu software gerencia milhões ou bilhões de dolares, é uma responsabilidade imensa e o conhecimento no qual este se baseia obrigatóriamente deve ser bem fundado. E se for um software para controle de instrumentos? Você aplicaria tentativa e erro na sua construção? Correria este risco? Valeria à pena? A questão da responsabilidade urge aqui.

          (e estes pulos estratosféricos que você menciona não são apenas na TI. “Atualmente” se aplica a todas as áreas do conhecimento)

          Você só obtém segurança a partir de conceitos bem fundados. Pela internet, só de pular de post em post você não vai ter isto porque, tal como mencionei, isto não te fornece espinha dorsal alguma pra aprendizado e, levando em consideração o aprendizado a ser feito por um novato, imaginá-lo sem um guia apropriado é ingenuidade. Como você pode a priori saber qual a sequência correta pra compreender todos os conceitos envolvidos em determinada tecnologia usando apenas buscas na web e fórums? Isto só seria possível se todos os conceitos fossem atômicos, o que não é o caso. Sempre um depende de outro. E qual a maneira mais fácil de partir dos conceitos mais básicos? Com certeza não será apenas pelo Google. :)

          Ao contrário, livros (e tutoriais de uma forma mais leve) apresentam esta espinha dorsal de aprendizado, este caminho a ser seguido pelo iniciante. Sem ter isto como ponto de partida, não rola aprendizado decente. Rola tentativa e erro. Rola prejuízo para você e para o seu cliente. É isto o que acontece.

          Outra: método científico não é pura tentativa e erro. Qualquer lida em artigos básicos sobre o assunto vão te mostrar isto. Tentativa e erro era lá na época das cavernas quando tentávamos fazer fogo de qualquer maneira. Aliás, há mais teoria que experimentação por trás do método científico. (mas discutir método científico foge do escopo deste post).

          Dúvida: se vou aprender uma tecnologia nova apenas buscando pelo Google, como posso ter certeza de que não pulei alguma informação essencial?

          Tentativa e erro, no final das contas, só tem sucesso se houver sorte (muita). É bem mais interessante (e produtivo) se basear em ombros de gigantes (como o método científico que você mencinou faz), que prepararam o caminho pra nós do que simplesmente tentar trilhar um caminho para o qual não temos conhecimento suficiente.

          E filosofia também não é tão relativa assim quanto você está falando. Vai por mim, e este relativismo que você está afirmando é bem menos acentuado do que parece (mas isto seria um ponto de partida para outra discussão bem mais interessante).

          Resumindo: não é prático ou seguro aprender apenas pelo Google ou posts espalhados em fórums.

          1. ” Se seu software gerencia milhões ou bilhões de dolares, é uma responsabilidade imensa e o conhecimento no qual este se baseia obrigatóriamente deve ser bem fundado.”

            Sim, bem fundado e, acima de tudo, bem atualizado nessa área que muda toda hora. Difícilmente um livro vai estar mais atual do que sites da Internet, que se atualizam ao vivo.

            “E se for um software para controle de instrumentos? Você aplicaria tentativa e erro na sua construção?”

            Depende do módulo a que se refere. Todo sistema é composto de muitos módulos. Na construção de módulos gerenciais, durante a CONSTRUÇÃO, a tentativa e erro faz parte, como tentei explicar. Não há software sem bugs. Já em relação aos componentes específicos de segurança certamente eu compraria soluções já reconhecidas no mercado, não desenvolveria, como as Verisign da vida, por exemplo. Desenvolvimento de sistemas é algo modular, e o mais importante neste caso por exemplo seria pesquisar quais ferramentas de segurança são as mais atualmente confiadas pelo mercado, e mais uma vez nada melhor que a Internet para isso. Um livro pode não falar sobre as soluções de segurança mais atuais.

            “Ao contrário, livros (e tutoriais de uma forma mais leve) apresentam esta espinha dorsal de aprendizado, este caminho a ser seguido pelo iniciante.”

            Na minha opinião só se inicia como desenvolvedor na infância, e com acima de tudo entusiasmo. Talvez o iniciante até faça um curso, leia um livro, mas pessoalmente acredito que eternizar-se nisso e´perda de tempo e não diminui nem minimamente a necessidade constante de se pesquisar referências. Antigamente eram os helps e knowledge bases, hoje os mecanismos de busca da Internet, restando nos livros e cursos, na minha opinião, muito mais apenas uma questão de se ter gosto por eles, ou não. Não vejo nos profissionais com vários diplomas necessariamente algum diferencial na prática para melhor em relação àqueles que são acima de tudo entusiastas. Os entusiastas são sempre melhores, tenham eles diplomas ou não.

            “Sem ter isto como ponto de partida, não rola aprendizado decente. Rola tentativa e erro. Rola prejuízo para você e para o seu cliente. É isto o que acontece.”

            Se está falando de bugs, mais uma vez repito que livros e cursos não os eliminam, e na minha experiência vejo que nem sequer diminuem, pois de nada adianta isso se não houverem habilidade e entusiasmo do profissional. A grande maioria dos professores que conheci, ao contrário do que seu texto diz, não tinham experiÊncia prática como programador, mas sim eram apenas professores.

            “Dúvida: se vou aprender uma tecnologia nova apenas buscando pelo Google, como posso ter certeza de que não pulei alguma informação essencial?”

            Em desenvolvimento de sistemas você SEMPRE irá pular muitas coisas. É por isso que A ÚNICA forma de programar é consultando referências conforme os novos desafios que o produto vai apresentando para você. E sempre há várias formas de se fazer a mesma coisa. Você sempre vai fazer de uma forma que outros achariam melhor fazer de outra forma.

            “Tentativa e erro, no final das contas, só tem sucesso se houver sorte (muita). ”

            Tentativa e erro faz parte do desenvolvimento de sistemas, seja como for. Sempre fará. O que EU falei em minha resposta nem foi em “tentativa e erro”, você que respondeu assim e eu nem discordei pelo simples fato de que isso também faz parte mesmo que você leia todos os livros e faça todos os cursos do mundo. O que eu falei foi em pesquisar a todo momento várias possibilidades para encontrar a melhor. Um curso te dá uma possibilidade, sempre esquecendo inúmeras outras. Eu corro muito mais chance de encontrar uma possibilidade melhor através de pesquisas constantes em referências atualizadas do que alguem que simplesmente siga uma fórmula exposta por um único livro que talvez esteja desatualizado.

            “É bem mais interessante (e produtivo) se basear em ombros de gigantes (como o método científico que você mencinou faz), que prepararam o caminho pra nós do que simplesmente tentar trilhar um caminho para o qual não temos conhecimento suficiente.”

            Os gigantes estão TODOS na Internet. Só que cada livro geralmente apresenta a solução de apenas um gigante, e não há tempo na tecnologia para se ler todos os livros de todos os gigantes. Referencias por outro lado são muito mais imediatistas. Imediatismo pode ser ruim na medicina e na política, mas na tecnologia é “quase tudo”.

            “Resumindo: não é prático ou seguro aprender apenas pelo Google ou posts espalhados em fórums.”

            Depende da sua HABILIDADE para lidar com as informações. E a habilidade verdadeira vem do entusiasmo. Veja todos os exemplos norte-americanos. Wosniak, Dell, Bill Gates, Brin e Page, todos eles seguiram o caminho do entusiasmo na garagem de suas casas. Os três primeiros nem curso superior tem até hoje.

          2. Esta discussão está ótima Mugnatto!

            Mas uma coisa eu não entendi: aonde no meu texto eu falo de bugs em software? O assunto aqui é educação camarada! Caminhos a serem seguidos no aprendizado de algo novo! :)

            O que é dito o tempo inteiro é sobre o caminho a ser seguido no aprendizado de alguma tecnologia nova. Erros virão independente do aprendizado seguido em qualquer profissão. O assunto aqui não é qualidade de software: é aprendizado, entende?

            Continuando: você menciona referências nesta sua última resposta? Reparou que no meu post também é dito isto? E ai eu pergunto: de onde vêm estas referências? Elas vêm de um texto básico, certo? Sim, porque uma coisa é você tentar aprender pulando de exemplo em exemplo, outra é partir de um texto inicial, seja ele livro ou tutorial, concorda aqui?

            Sim, cada livro ou tutorial apresenta um caminho e lógicamente não inclui todas as informações (é práticamente impossível). E é ai que entra o Google: como algo para se verificar pontos nos quais estão ausentes ou nebulosos no texto básico ou como novos caminhos a serem seguidos após a leitura do texto. Reparou que escrevi isto lá no post?

            Habilidade: este ponto é interessante. Ai eu te pergunto: em quem você confia mais para construir sua casa? No seu habilidoso vizinho ou em um engenheiro formado? E o sistema que vocÊ vai comprar? No sobrinho talentoso ou em alguém com experiência comprovada e que baseia seu trabalho em conhecimentos bem fundamentados? É a mesma coisa.

            Sim, os gigantes estão todos na Internet. Mas você não pode ler todos ao mesmo tempo. Por isto que mencionei Baudrillard no post. É exatamente este o problema e é específicamente o que esotu dizendo: que pra começar, você precisa ter UM (e de preferência apenas UM) ponto de partida. E que dentre os pontos de partida apresentados, os melhores são sem sombra de dúvidas livros e cursos, exatamente por apresentarem ao iniciante uma possibilidade de caminho a ser seguido neste primeiro momento.

            E este exemplo seu no final é horrível! :) Wozniack baseava seu trabalho no treinamento que havia obtido na HP (repare: fundamentação teórica braba aqui) e posteriormente se formou (fato). Bill Gates era um gênio administrativo e a Microsoft no início (e pode-se dizer que hoje também) só contratavam pessoas recém-saidas das universidades (repare: base teórica novamente pesada bem além da tentativa e erro). E Brin e Page basearam o Google em seu trabalho de mestrado!!! Resumindo: teoria, teoria e bem fundamentada.

          3. “E o sistema que vocÊ vai comprar? No sobrinho talentoso ou em alguém com experiência comprovada e que baseia seu trabalho em conhecimentos bem fundamentados? É a mesma coisa.”

            Certamente não me basearia somente em diplomas, pois ao menos na área da tecnologia eles não garantem nada. Eu precisaria ver exemplos de produtos. Se os do portfolio do sobrinho forem melhores eu contrato ele. Passei 15 anos da minha vida trabalhando nas maiores empresas de tecnologia da minha cidade e sei que ter diplomas não é o mesmo que ser bom desenvolvedor.

            “Wozniack….posteriormente se formou (fato)”

            Realmente. Confundi ele com o Jobs, que recentemente revelou nunca ter se formado. Mas sem dúvidas Wozniak era um entusiasta mais que qualquer outra coisa.

          4. Yeap, concordo com você com relação à formação acadêmica não ser obrigatória. :)

            Mas a formação acadêmica, quando bem aplicada, trás um ganho que, a meu ver, é imenso: o indivíduo adquire capacidades de pesquisa bem superiores. Aliás, este é o grande ganho real da universidade em qualquer curso.

            Óbviamente, você pode ter este ganho sem faculdade também. Mas que a faculdade ajuda neste quesito, é indiscutível. :)

          5. Apenas salientar que não falei exatamente de faculdade, mas sim de diplomas em geral, já que o assunto são “cursos” em geral.

          6. Sim, inclusive conheço muitos casos de “profissionais” que apresentam inúmeros diplomas, certificações, etc e na hora do “vamos ver” se mostram verdadeiras fraudes.

          7. E outro esclarecimento que eu acho que nosso debate merece é quanto aos “entusiastas”. Existem “sobrinhos talentosos” assim nomeados pelos pais (ou tios), e existem os talentosos por entusiasmo “de verdade”, independente da vontade do pai. Minha mãe por exemplo sempre quis que eu tocasse piano, e só porque eu tocava dorémifá ela falava pras pessoas que “meu filho sabe tocar piano”. Eu nunca soube tocar piano nem minimamente. Mas existem também aqueles que são reais entusiastas do piano e que tocam divinamente mesmo sem nunca terem feito um curso sequer.

      2. Além disso você diz para “não agirmos como máquinas” e para “não ser arrogante” e sim como humanos. Cometer erros é humano. Seria muita arrogância um programador se achar “máquina” o suficiente para não cometer nenhum erro numa área como a da tecnologia.

        1. Opa. Aqui você entendeu errado Marco.
          O que eu quis dizer é para agirmos de maneira pensada, e não apenas maquinal, como alguém que simplesmente faz o que tem de fazer sem qualquer fundamento. Tal como ocorria no início da revolução industrial.

          Sim, errar é humano. Mas agir sem pensar, automáticamente, não. Isto é maquinal.

  3. Ótimo post! Infelizmente, na nossa área, existem muitas pessoas que tentam aprender por “tentativa e erro”. Costumo participar de fóruns e listas de discussão e são muito comuns dúvidas que estão claramente relacionadas a falta de um conhecimento básico teórico mínimo.

  4. Muito bom, Kiko.
    A parte de livros e escrever já estou fazendo! Apesar que muitas pessoas não gostam e livros, eu gosto. Sobre fórum… tem gente que os usa realmente como fonte primaria de informação.
    Não que eu nuca tenha tido preguiça e postado uma dúvida antes de procurar A FUNDO, mas tenho colegas que qualquer coisinha “vai lá no fóru! Vai ter a resposta rapidinho e sem suar”.
    Depois não sabem por ue mundialmente o Brasil é visto como lugar de gete folgada, spammer e troll (eles xingam o povo do fórum se não responderem rápido)

  5. Olá, tudo bem?

    Parabéns pelo texto. Vou experimentar uma dieta com menos fontes de informação, mas que sejam de boa qualidade.. realmente o excesso de informação desvia a atenção.

    Um abraço.

  6. Raphael Miranda

    O único livro técnico que li foi Arquitetura de Sistemas do Tannenbaum porque precisava decorar para passar na cadeira. =)

    Não curto muito esse caminho mesmo. Gosto mesmo de aprender colocando a mão na massa ou lendo o código.

    Sobre a discussão com o Mugnatto, especificamente comparando nossa área a medicina, acho que cada projeto é um caso diferente, mas um dos maiores diferenciadores é a tolerância a erros muito maior.

    Construir um sistema perfeito(6-sigma, 3-sigma, etc) é bem custoso e demorado, sem falar que essa tolerância maior permite flexibilidade e criatividade maiores.

    As vezes é mais engenharia, as vezes é mais artesanato.
    Meus 2c.

    1. Ai que ta Rafael, a questão não é criação de softwares com extrema qualidade, mas sim qualidade no aprendizado de uma nova tecnologia.

      E o fato de que é muito mais produtivo aprender alguma tecnologia nova se atendo a uma única fonte (livro, tutorial ou artigo) primária inicial do que simplesmente ficar pulando de exemplo em exemplo de código, o que acaba ignorando alguns pontos que normalmente são chave para a compreensão do funcionamento da tecnologia, saca?

      É como eu mencionei no post, a grande vantagem que nossa área tem é que nossos livros são “interativos”, ou seja, podemos ir “pondo a mão na prática” enquanto acompanhamos o texto básico, o que torna o aprendizado bem mais agradável do que em outras disciplinas como medicina ou arquitetura por exemplo, nas quais nem sempre é possível operar um paciente ou construir um prédio para ver como funciona a teoria. :)

  7. Cara muito BOA a discussão saudável que teve aqui.
    Primeiro que ao ler o post fiquei mais certo de que existe uma pirâmide para a “aquisição de conhecimento” que baseia-se nos fundamentos, ao centro os métodos e aí sim as tecnologias na ponta.
    Entendo que a proposta do post era dar uma dica importante de como aprender hoje em dia, sem ficar apenas na prática. Além de saber como, é importante saber o porque, a razão, como disse o Kico.
    O Marco Mugnatto disse que vai lá e mete a mão e vai fazendo, mas imaginei o tempo ( pra não dizer noites e finais de semana que pode ter passado ) estudando e testando e descobrindo as maravilhas das tecnologias, comparando com o tempo mínimo dos fundamentos ( que o Marco provavelmente já tinha ) de um bom livro.
    *Só um coisa, conheço pessoas que por incentivo, ou não, dos pais começaram ( seja lá o que for, desenvolvimento ou não ) muito cedo “brincando” e testando Tudo, e isso trouxe aquilo que só o tempo traz, experiência.
    Eu, particularmente, admiro muito as pessoas habilidosas, como mencionou o Marco, que conseguem “produzir” imediatamente aquilo que são propostas a elas. Mas eu sou Muito mais da maneira como o Kico colocou no post, seguindo os fundamentos, métodos, e aí sim aprendendo a tecnologia que sem dúvida na nossa área muda constantemente, e em velocidade acelerada. Prefiro assim, por que eu, Infelizmente, não acredito ser tão habilidoso com o desenvolvimento quanto gostaria de ser, mas isto é uma questão humana e Pode ser trabalhada para melhorar.
    E… repito, gostei muito dos pontos de vista de cada um, e acho que na internet deveria existir muito mais disso do que tantas outras bobagens que se propaga tão facilmente.
    Parabéns Kico pelo post, e Marco por manter a discussão em nível interessante de ler. Abraços a todos…

    1. Oi Maicon. Fico muito feliz que tenha gostado! Valeu.

      Sabe: hoje me lembrei de uma frase do Picasso ao lembrar da questão da habilidade que é mais ou menos assim: “um trabalho de qualidade é 99% de transpiração e 1% de inspiração”.

  8. Grande Kico,

    Animal o artigo! Parabéns!

    Só para complementar o seu pensamento sobre a importância de ler LIVROS (ou NÃO ler muita coisa na WEB), alguns trechos interessantes do artigo (“A internet está deixando você burro?”) de capa da revista Galileu do mês passado:

    … “quando lemos um texto na web, temos de decidir se clicamos ou não clicamos toda vez que aparece um link pela frente. Não se trata de uma ação bem-vinda quando se busca a compreensão de uma informação. A pesquisadora Erping Zhu, da Universidade de Michigan, notou isso quando colocou pessoas para ler o mesmo texto no computador, com e sem hiperlinks. Quanto mais hiperlinks, mais baixas foram as notas dos leitores no teste de compreensão aplicado ao fim da experiência. O estudo não foi o único. Uma revisão de 38 pesquisas sobre os efeitos dos hiperlinks, publicada em 2005 pela universidade canadense de Carleton, concluiu que a demanda crescente de tomar decisões com o hipertexto prejudicou a performance de leitura. Mais do que as interrupções por alertas de outros programas, a própria forma como o texto é apresentado na web representa um risco à compreensão. ”

    ENTREVISTA – NICHOLAS CARR – “ESTAMOS MAIS RÁPIDOS E SUPERFICIAIS”
    Um dos mais polêmicos pensadores da era digital, o americano Nicholas Carr acaba de lançar o livro The Shallows: What Internet is Doing to Our Brains, em que questiona os danos que a internet está causando em nossos cérebros. Na entrevista abaixo, conta que dá até para ler online de maneira aprofundada, mas que isso não é a regra

    * Que mudanças a internet está causando em nossa mente?

    Carr: Ela nos encoraja a avaliar vários pequenos pedaços de informação de uma maneira muito rápida, enquanto tentamos driblar uma série de interrupções e distrações. Esse modo de pensamento é importante e valioso. Mas, quando usamos a internet de maneira mais intensiva, começamos a sacrificar outros modos de pensamento, particularmente aqueles que requerem contemplação, reflexão e introspecção. E isso tem consequências. Os modos contemplativos sustentam a criatividade, empatia, profundidade emocional, e o desenvolvimento de uma personalidade única. Nós podemos ser bem eficientes e bem produtivos sem esses modos de pensamento, mas como seres humanos nos tornamos mais rasos e menos interessantes e distintos intelectualmente.

    * As evidências são preocupantes?

    Carr: Mais do que eu esperava. Nossos cérebros são altamente maleáveis. Isso permite que nos adaptemos a novas circunstâncias e experiências, mas isso também pode ser algo ruim. Podemos treinar nosso cérebro para pensar de maneira rasa ou profundamente com a mesma facilidade. Estudos mostram que, quando ficamos online, entramos em um ambiente que promove a leitura apressada, pensamento distraído e aprendizado superficial. É possível pensar profundamente enquanto surfamos na web, mas não é o que a tecnologia encoraja e premia.

    * Quais são as diferenças em relação à leitura de um livro tradicional, feito com papel e tinta?

    Carr: O livro impresso e a internet são o que chamo de “ferramentas da mente”, mas seria difícil de imaginar duas ferramentas mais diferentes. Como tecnologia, um livro foca nossa atenção, nos isola das várias distrações que enchem nossas vidas diárias. Um computador conectado faz o oposto. É desenhado para dispersar nossa atenção. Ele não protege a gente das distrações do ambiente; se une a elas. Ao passo em que nos movemos do mundo da página para o mundo da tela, nós estamos treinando nosso cérebro para ser rápido, mas superficial.

    Abs,

    1. Opa Thiago, que bom que gostou.

      Mas sabe o que mais gosto neste post? Dos comentários cara. Este é um caso de post cujos comentários o superam. Muito obrigado por contribuir com isto!

        1. Kico, uma dica interessante que o autor da reportagem da Galileu dá para se livrar das distrações quando você for ler na WEB(Links, imagens clicáveis) é o Readability:

          http://lab.arc90.com/experiments/readability/

          Você configura as suas preferências no site deles e adiciona ele aos favoritos do seu navegador. Quando quiser ler um texto livre das distrações basta clicar no link dos favoritos que ele “magicamente” (através de uma javascript muito loco) elimina tudo que é link inútil da sua tela e formata certinho o texto pra você. Muito Show!

          Abs,

  9. Daniel Costa (Yarkhs)

    Engraçado vc falar para começarmos com livros. Eu não entendia isto bem até comprar o livro de grails que vc indicou. Realmente é maravilhoso começar com livros e usar fórum apenas para tirar dúvidas específicas. A curva de estudo fica muito menor pois o conteúdo estudado é de uma qualidade muito superior à fragmentos jogados na internet.

    Quando entrei na empresa onde trabalho, comecei a estudar por livros. Mas como ficavam me forçando a fazer várias coisas, achei mais prático partir para a internet e aprender superficialmente. Nunca fui a favor disto, mas a necessidade me forçou. Com o tempo fiquei estagnado pois é difícil achar material de qualidade solto na internet. Principalmente quando não temos uma boa base. Hoje vejo o quão importante é um livro :P.

  10. “Use esta sua impaciência como um sinal de que talvez você não se interesse de fato pelo assunto”

    Creio que as pessoas tem sede em ver o que eles estão funcionando , e acabam perdendo o foco do estudo e acabam virando google dependentes .

    O melhor é realmente o que disse! ter uma base sólida para saber buscar o conhecimento além.

  11. Eu sou adepto a por a mão na massa. Pensar muito para fazer não é o meu forte, eu vou construindo e arrumando conforme a necessidade.
    Não sei se isso é ruim ou é bom, só sei que não consigo trabalhar de outra maneira, e a empresa onde eu trabalho gosta do meu trabalho ;)

    []s

    1. É uma possibilidade também né? O problema é que neste processo “mão na massa”, uma série de detalhes que você conheceria usando livros só vão ser descobertos por acaso. E consequentemente, sua produtividade vai sofrer com isto.

      1. Flavio Martins Prado

        Exato, direto ao ponto. O problema não é de eficácia , isso depende do desenvolvedor e do tempo que se tem pra desenvolver. O problema é que a chance de se acabar “reinventando a roda” aumenta consideravelmente, pois o autor do livro certamente se deu ao trabalho de focar em boas práticas, evitar armadilhas , etc.
        Notem que o Autor do post diz claramente “BONS LIVROS”! Isso é importante pra caramba, porque tem umas editoras que publicam cada coisa que francamente…
        E, pra finalizar, deixo uma frase de um cara que por acaso (se isso existisse) está ligado ao assunto por vários meios:

        Ninguem é tão sábio que não tenha algo pra aprender e nem tão tolo que não tenha algo pra ensinar – Blaise Pascal

  12. Muito obrigado por esse post. Demorei muito para saber que é assim desta forma que você falou que se aprende e lendo o seu post relembrei que é assim.

  13. Muito interessante a discussão; sempre que procuro aprender algo novo sempre tento achar um conteúdo amplo sobre o assunto ao invés de perambular em vários sites.

    O ruim é que nem sempre há conteúdos que visam o aprendizado inicial mas sim dicas de como fazer X coisa, Y coisa ao invés de ensinar os fundamentos para a compreensão do todo e acho que isso acaba prejudicando muita gente, já que ao invés da pessoa procurar sobre a sua dúvida ela acaba procurando sobre o processo como um tudo, o que prejudica e muito o aprendizado inicial.

    Em 2009 me prendi muito a isso de perambular e obter códigos prontos quando eu tentava estudar Delphi, agora na faculdade, vejo que há toda uma preparação para o aluno preparando-o para aprender a resolver problemas e não como resolver X problemas e creio que agora estou indo no caminho certo, :D

  14. Lucas Sena

    Excelênte texto! Como iniciante na área devo adimitir, que estou cometendo todos estes erros. A pontualidade em cada item me impressiona. Agradeço por este post, muito esclarecedor. Irei de imediato “refatorar” meu algoritmo de falsa aprendizagem.

  15. Daniel Stonebuilt

    Perfeito! O legal da leitura de um bom livro é que vamos no nosso ritmo e o cérebro fixa melhor, não sei você Henrique mas vídeo aulas da um sono…rsrs…aquela sensação de passividade acaba entediando, mas como você disse é bom para ver algo pratico e rápido. Grande abraço!

    1. Kico (Henrique Lobo Weissmann)

      OI Daniel, legal que tenha gostado, valeu!

      Após ter gravado tantas video aulas, confesso que não sei o que te responder a respeito disto. :D

  16. Cara, o excesso de informação me fez muito, mas muito mal!
    Há algum tempo eu ficava numa alegria só ao aprender coisas novas, teorias novas e suas aplicações. Mas acho que eu fui com “sede demais ao pote” e hoje não sinto muita vontade sequer de atuar na área. Nem dá pra acreditar que que há poucos anos eu era tão entusiasmado e inspirado. A cada tecnologia lançada, sinto como se estivesse anos-luz distante do mundo do desenvolvimento. Hoje não sei mais por onde recomeçar, embora eu não pretenda nem tenha desistido ainda.

  17. Queria ter topado com estas dicas bem antes quando estava iniciando meus estudos na tecnologia na qual trabalho hoje, hehe. Dicas interessantes, fazem total sentido.

    No início, eu sempre iniciava um assunto no livro mas pra cada tópico, ia testar (se fosse possível) e também procurava em paralelo blogs sobre o mesmo tema pra chegar a uma opinião sobre determinado tema. Isso foi bom e ruim ao mesmo tempo: Bom porque eu realmente aprendia sobre determinado tópico (por persistência) mas a parte negativa é que eu comecei a me tornar extremamente crítico, e isso veio a se tornar um problema quando eu lia um post X ou Y e achava algo “estranho”, eu paro a leitura inteira e vou lá testar ou bater com outras informações (sempre pegando das fontes mais confiáveis possíveis). Acho que isso retardou um pouco meus estudos.

    Hoje em dia, uso livros como base , leio bastante blogs (porque blogo também aí um vício puxa o outro…) mas ao longo do tempo aprendi a filtrar mais as fontes de leitura e diminuí tempo com vídeos (uso mais quando não consigo entender de forma alguma determinado ponto ou quando assisto cursos em formato de vídeo).

    []’s

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